segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Paris é uma dádiva do Sena!

Bonjour Brasil!

Nossa equipe chegou a Paris. Descendo o Rio Sena desde a nascente, acabamos de cumprir um pouco mais da metade de nosso percurso. Em breve vamos deixar a bela capital francesa, seguindo o Sena em direção ao mar, mas antes resolvemos curtir cada minuto, observando com atenção a relação entre a cidade e o rio.

Foi por isso que não resisti à tentação de reproduzir (com alterações) a famosa frase que fala da dependência entre o Egito e o Rio Nilo. Olhando para a geografia da região parisiense fica a certeza de que o aparecimento desta imensa cidade ao lado do rio Sena não foi fruto do acaso.

Deixa eu fazer uma comparação que vai ser bem entendida pelo pessoal aí do Espírito Santo e Minas Gerais. O Rio Doce, por exemplo, tem praticamente o mesmo comprimento do Sena, de aproximadamente 850 km. Só que o Doce nasce a uma altitude de 1.200 m em relação ao nível do mar, enquanto o Sena nasce a cerca de 420 m apenas. Ou seja, o Sena é um rio de baixíssima inclinação, que quase não tem cachoeiras.

Na passagem por Paris, especialmente o Sena encontra seu trajeto mais estático. É por isso que ele passa por aqui como uma serpente, dando voltas para um lado e para o outro até vencer o longo trecho de baixadas. A foto de satélite mostra bem este aspecto sinuoso do rio em Paris.

Nesta região de características tão particulares foi erguida esta cidade inconfundível, cujos monumentos tem uma ligação estreita com o Sena. A Torre Eiffel, por exemplo, está aqui bem ao lado do rio. É como se fosse uma espécie muito peculiar de mata ciliar. Aliás, que belo posto de observação do Sena e seus meandros!

Não muito longe dali está a Catedral de Notre-Dame, construída dento da Ilha da Cité, um dos locais de mais antiga colonização de Paris. E a ilha, é claro, é feita pelas águas do Sena. É ele também que obrigou a existência de tantas pontes na cidade, que o espírito francês soube construir e ornar com encanto.

Nossa equipe está sendo olhada aqui com certo espanto. Enquanto os turistas em geral atravessam os continentes para vir até aqui ver os monumentos arquitetônicos, nosso interesse neles deriva do fato de estarem na vizinhança do Sena. Nossas lentes estão sempre viradas no sentido contrário.

Estivemos em Nanterre, cidade onde está situada a sede da Agência de Água Seine-Normandie. Fomos amavelmente recebidos pelo Sr. Marc Collet, dirigente da AESN, que em junho esteve aí em Vitória participando do Seminário Água 2008, que tratou das bacias hidrográficas dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória.

Aqui na sede da AESN encontramos com dois técnicos da Agência Nacional de Águas - ANA, Wilde Cardoso e Patrick Thomas, que estavam estudando vários aspectos da administração de águas na França, especialmente a cobrança pelo uso da água. Esse encontro inesperado, em pleno território francês, entre técnicos do governo brasileiro e membros do Ecobacia, uma associação ambientalista capixaba demonstra como está se revalorizando o interesse brasileiro pelo que acontece com as águas na França, país que serviu de inspiração para a nossa legislação de recursos hídricos.

O cansaço já bateu à porta e amanhã tem mais rio Sena para enfrentar logo cedo.

Boa noite Brasil!

Um comentário:

Unknown disse...

Dá-lhe Beto!! Sempre fazendo história!!